Maior narração literária com ditos populares

Carioca realiza apresentação com mil expressões, que fazem parte da coletânea de livros ‘O dito pelo não dito’

11/03/2014
10620 Acessos
Imprimir
Maior narração literária com ditos populares
Autor trabalha na terceira edição do livro ‘O dito pelo não dito’ com lançamento previsto para este ano / Foto: Luiz Cordeiro dos Santos
Conhecido como o rei dos ditados populares, Marcelo Gularte, de 42 anos, entra para o RankBrasil em 2014 por realizar a Maior narração literária com ditos populares do país. O artista utiliza frases conhecidas do cotidiano brasileiro para criar uma narrativa que interliga os ditados.

Ele recita mil expressões em cada apresentação, mas seu acervo conta com mais de 30 mil documentadas em livros. Os shows acontecem durante eventos de literatura e saraus.

Nascido no bairro Madureira, no Rio de Janeiro (RJ), o autor atualmente vive no bairro Catete, na zona sul da cidade maravilhosa. Formado em psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especializou-se em psicanálise.

Há sete anos o recordista lançou de forma independente o primeiro livro de uma coletânea chamada ‘O dito pelo não dito’, que teve a segunda edição publicada em 2013 e agora trabalha no terceiro volume previsto para este ano.

Segundo ele, as publicações são uma verdadeira viagem pela sabedoria popular. “Ditado popular é democrático. Uma pessoa rica e outra muito pobre já falaram ou ouviram falar das mesmas frases. A sociedade encaixa aquele dito para determinada situação e isso é um conhecimento valioso”.

Quem não se comunica, se trumbica
O autor pesquisa há 13 anos filosofias presentes nas corriqueiras expressões. No entanto, este trabalho começou por acaso. “Sempre gostei de escrever e certa ocasião declamei um poema para uma namorada. Ela achou bonito, mas disse que usava palavras muito difíceis. Por isso que resolvi simplificar minha comunicação”.

Gularte procurava observar os diversos tipos de linguagem utilizados no discurso das pessoas e foi assim ouvindo, que colecionou os provérbios. “No início era uma coisa descompromissada, fiquei interessado e comecei anotar, guardar. Não pesquisava em livros, mas ouvia. Conversava com gente”.

Cada macaco no seu galho
Com o passar dos meses, a coleção de frases crescia rapidamente e ele sabia o que fazer com o material. De acordo com o carioca, a intenção não era traduzir os ditados, mas dar complexidade a eles. “Muita gente traduz provérbios e faz isso há muito tempo, mas eu não queria decodificar. Não quero explicar, mudar o sentido ou ordem da frase, mas buscar como ela se encontra no dia a dia. Procuro tirar do banal e valorizar isso”.

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura
O recordista acredita que entrar para o RankBrasil dará mais valor e respaldo ao trabalho. “É uma experiência extraordinária conquistar o recorde nacional. Nunca tive a pretensão, mas esta marca pode fazer com que o Brasil tome consciência da dimensão da minha arte e isso venha trazer frutos como conseguir uma editora que distribua amplamente meu livro pelo país, além de poder intensificar minha pesquisa buscando mais termos regionais em todo o território nacional”.

Pau pra toda obra
Além de trabalhar com ‘O dito pelo não dito’, Gularte está finalizando dois romances: ‘A Lenda do funk carioca’ e ‘Benvindo entre o vão dos livros’, ambos previstos para 2014.

Ele prepara ainda um livro didático sobre as experiências de seu projeto social em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), O Ponto de Cultura ‘Reciclagem, Misancén e Música’ e ‘A Enciclopédia do funk’, pesquisa aprofundada sobre o ritmo e as quatro décadas da cultura.

Também é cineasta, roteirista e dirigiu os curtas-metragens ‘Bang território em transição’ e ‘Mc Magalhães, uma lenda viva do funk’. Do mesmo modo e não menos importante, música e teatro são parte da vida do artista, que toca flauta em Ipanema todos os sábados de manhã, na Rua Vinicius de Moraes.

Redação: RankBrasil

Algumas citações na mídia:
Água Boa News
Jonal do Batel
Jornal Montes Claros