Mais jovem doutora do Brasil

Manoella Treis, de Novo Hamburgo (RS), bate recorde brasileiro. Ela concluiu doutorado aos 24 anos, 11 meses e três dias

09/12/2021
39480 Acessos
Imprimir
Mais jovem doutora do Brasil
Manoella Treis quebra recorde ao concluir doutorado aos 24 anos, 11 meses e três dias / Foto: Arquivo recordista
A gaúcha de Novo Hamburgo, Manoella Treis quebra recorde junto ao RankBrasil de Mais jovem doutora do país. Nascida em 26 de dezembro de 1996, ela concluiu o doutorado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 29 de novembro de 2021, aos 24 anos, 11 meses e três dias.

A recordista defendeu a tese ‘Análise da Formação de Agenda Governamental sobre Políticas Públicas para Mulheres Portadoras de Endometriose: Um estudo de caso sobre o Brasil e a Austrália’. Com orientação da professora Marília Patta Ramos, o trabalho buscou analisar a formação deste cenário por meio de estudos de casos múltiplos, observando o Brasil e a Austrália.

Manoella escolheu a temática por ser portadora da doença e conhecer as dificuldades enfrentadas no sistema privado de saúde. A partir disso, ela descobriu que existiam políticas estatais em tramitação e procurou entender o processo que levou a formação da agenda e os motivos de o país não ter políticas públicas formadas.

Segundo ela, o maior beneficio de sua tese é a visibilidade da endometriose fora do âmbito da saúde, olhando a doença em uma perspectiva social e política. “O objetivo foi mostrar o que foi feito em nosso país nesse âmbito e o que foi feito na Austrália, tanto em ações como articulações”, conta.

A gaúcha explica que sua pesquisa demonstra dois campos importantes, o do âmbito político em dois países sobre a endometriose e como ocorre o interesse sobre a temática; e como foram formuladas as políticas, no caso da Austrália e os motivos do Brasil ainda estar nos trâmites.

Além disso, ela desenvolveu um ciclo para impulsionar questões muito especificas na agenda governamental, com o intuito de auxiliar empreendedores políticos e grupos de interesse que queiram promover essas questões, mesmo que o grupo de constituintes seja pequeno. “A ideia foi evidenciar a importância de falar sobre uma doença, ainda silenciada, em âmbito político e social”, diz.

Manoella comenta que não teve dificuldade em concluir o doutorado e não precisou abrir mão de nada para estudar, pelo contrário, o programa gerou diversos tipos de oportunidades. “Estava fazendo minha vocação, trabalhando com pesquisas e pelo motivo que acredito. Eu pude escolher fazer o que eu amo, ou seja, não reconheço dificuldades no doutorado”.

Segundo a gaúcha, o problema foi encontrar dados sobre gênero e endometriose no Brasil, porque muitas pesquisas são anteriores a 2019. “Além disso, o acesso às documentações do governo no Brasil é um processo peculiar, diferente da Austrália, em que há um banco de dados com todos os documentos do país”, diz.

Ela conta que focou muito em sua tese, e isto era o que a movia: a ciência, a endometriose e analisar políticas. “Durante o doutorado eu tive um convívio familiar normal, pude me dedicar a uma disciplina de MBA e participar do desenvolvimento de um curso online para plataforma da UFRGS. Também consegui me dedicar ao meu projeto social na pandemia, o Plug Doações”.

Conforme a doutora, o recorde junto ao RankBrasil é uma conquista significativa. “Eu dedico essa conquista ao meu pai, meu irmão, avós e minha família. Isso possibilita abordar as vozes de milhões de portadoras de endometriose em um âmbito acadêmico no contexto social e político, transcendendo a saúde”, destaca.

Doutorado e carreira
Manoella concluiu a tese de doutorado em 18 meses. Após isso, passou por um processo administrativo na UFRGS, para autorizar sua defesa em menos de dois anos. Com o finalizar do processo, defendeu seu trabalho final com 19 meses.

Atualmente a recordista está vinculada a um projeto da UFRGS, mas segundo ela, já está avaliando propostas de trabalhos recebidas.

A recordista é graduada em Processos Gerenciais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, tem MBA em Gestão e Desenvolvimento de Projetos orientados pela Inovação na Feevale e é mestra em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

De acordo com a doutora, ao longo de seu percurso acadêmico, buscou se envolver em iniciação científica, grupos de pesquisa, estágios de docência, gerando o retorno de pesquisas para sociedade por meio da educação. “Conciliando isso à gestão de projetos em diversos setores me possibilitou adquirir conhecimento para durante a pandemia coordenar a Plug Doações – projeto que doa equipamentos eletrônicos para estudantes”.

Posteriormente, Manoella começou a atuar na disciplina de Visão Sistêmica de um MBA da área de negócios. Atualmente é bolsista na UFRGS, no Projeto de Produção Curso Online sobre Inovação, Criatividade e Mudança Social, que finaliza em janeiro de 2022.




RecordistaCidade/EstadoIdadeAno
Manoella Treis Nova Hamburgo / RS24 anos, 11 meses e três dias2021
Daphne Schneider Cukierman Rio de Janeiro / RJ26 anos, seis meses e 10 dias2021
Bruna Mara Machado Ribeiro Fortaleza / CE26 anos, nove meses e cinco dias2017
Raíssa Rodrigues Murad São Paulo/SP27 anos, seis meses e cinco dias2006