Maior número de desafios em marcha reversiva

Recorde pertence a Carlos Henrique de Souza, que realizou 18 provas correndo ou andando de costas no Brasil e em outros países

18/04/2016
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Maior número de desafios em marcha reversiva
Etrom conquista recorde com 18 desafios realizados em marcha reversiva no Brasil, Alemanha, Portugal, Espanha e Itália / Foto: Carla Labarba
O carioca Carlos Henrique de Souza, conhecido como Etrom, entra para o RankBrasil em 2016 pelo recorde de Maior número de desafios em marcha reversiva. Entre os anos de 1998 e 2013 realizou 18 provas correndo ou andando de costas no Brasil, Alemanha, Portugal, Espanha e Itália.

De acordo com o recordista, que é natural de Mesquita (RJ), a ideia de praticar marcha reversiva surgiu em 1994, quando ainda lutava boxe. “Até hoje só corro com protetor de cabeça e luvas para precaução”, conta. Ele diz que é preciso ter muito reflexo e atenção no esporte. “Qualquer descuido pode cair”.

Para o atleta, o mais difícil desafio ocorreu em 2004 na cidade de Munique, na Alemanha. “Fiquei 30 horas caminhando de costas sem parar debaixo de cinco graus negativos: senti meu corpo sendo dilacerado”. Outra prova bastante exigente conforme Etrom foi em 2012 ao subir 2.351 metros, no pico mais alto de Portugal, em Lajes do Pico, nos Açores.

Entre as façanhas em marcha reversiva do carioca também estão a subida de 939 metros até o Corcovado (Cristo Redentor); 275 km saindo de Guimarães (Portugal) realizando o Caminho de Santiago de Compostela (Espanha); 33 voltas ao redor do Coliseu, em Roma (Itália); e 12 horas em uma esteira elétrica dentro do Cassino Estoril (Portugal).

Através do esporte, o recordista contribui com algumas instituições na arrecadação de alimentos, roupas, brinquedos, etc. “A natureza me deu um dom de grande resistência em caminhar para trás e por que não usar isto em benefício de outras pessoas? Com esta atividade chamo a atenção e assim consigo transmitir uma mensagem de solidariedade ao próximo”, comenta.

Conforme Etrom, o recorde junto ao RankBrasil é o reconhecimento de tudo que fez na vida enquanto atleta. “No início fui chamado de maluco como alguns homens que fizeram história, mais hoje a marcha reversiva é vista como uma modalidade que traz vários benefícios ao corpo”.

Pelo título brasileiro, ele agradece às forças do universo, ao pai Wilson de Souza (já falecido), à mãe Zaira da Silva, aos filhos Claudiane, Gabriel, Henrique e Cleyce, à mulher Cláudia,que o acompanha todos esses anos, e ao doutor Carlos R. P. Damião, que o ajudou chegar ao RankBrasil.

“Agradeço ainda às pessoas que acreditaram em mim, tanto no Brasil quanto em Portugal, Alemanha, Espanha e Cazaquistão. Obrigado a todos”.
Etrom já tem em mente outros dois grandes desafios no esporte: primeiro caminhar 10 metros debaixo d’água e depois subir a escada mais longa do mundo com 11.674 degraus, nos trilhos da ferrovia alpina Niesenbahn, na Suíça.

Boxe, arte e versatilidade
O carioca foi lutador de boxe pela Academia Santa Rosa, do Rio de Janeiro, treinando juntamente com José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila. Sagrou-se campeão em 1996 na Rio Sampa (RJ) – categoria médio ligeiro, e em 1999 na Vila Olímpica de Nova Iguaçu (RJ) – categoria cruzador.

Ele conta que deixou o boxe em 2002, depois de sofrer três derrotas para grandes campeões na categoria dos pesos pesados. “Na época eu já estava totalmente envolvido pela marcha reversiva”, afirma.

O atleta também recebe destaque na arte, pintando quadros com processo que utiliza luvas e golpes de boxe. No ano de 1995 foi reconhecido pelo Guinness World Records como o artista plástico mais excêntrico.

A técnica própria surgiu de maneira inesperada. “Morava em Portugal e um dia tive um momento de fúria, então coloquei as luvas e descarreguei em uma tela vários golpes. Algumas pessoas disseram ver vida e energia na pintura. Mostrei o trabalho em um programa de TV de grande audiência e um empresário comprou o quadro”.

Aos 47 anos de idade, o recordista reside atualmente em Bento Ribeiro (RJ). Versátil, além se dedicar à marcha reversiva, trabalha como supervisor de segurança, faz estágio em um escritório de advocacia, é proprietário e professor de uma escola de boxe inglês e ainda tem tempo para seu ateliê de arte.

Etrom
O apelido Etrom veio de forma inusitada. O carioca relata que em 1993 mergulhou em uma piscina passando por dois metros de fogo para pintar uma tela debaixo d’água. Teve queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus, mas conseguiu concluir o quadro.

Depois foi para o hospital, onde sonhou que entrava em um salão todo em mármore preto, com três idosos sentados em volta de um símbolo. “Uma destas pessoas se virou para mim e disse: amanhã seu nome será Etrom. Perguntei o motivo e o idoso me disse que com o tempo eu entenderia”.

Em 1994 quando começou a lutar boxe, seu professor disse para pensar em um apelido de guerra. “Então me lembrei do sonho e até hoje sou conhecido como Etrom, tanto que a palavra será incluída no meu nome”, finaliza.


Algumas citações na mídia:
News Rondônia
Portal Baixada
Colíder News