Mais jovem doutor em Estudos Linguísticos

Recorde pertence ao professor Bruno Gomes Pereira, que concluiu o programa com 27 anos, 11 meses e dois dias

01/07/2016
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Mais jovem doutor em Estudos Linguísticos
Bruno Gomes Pereira concluiu doutorado aos 27 anos, 11 meses e dois dias / Foto: Arquivo recordista
O professor, pesquisador e escritor, natural de Rondon do Pará (PA), Bruno Gomes Pereira entra para o RankBrasil em 2020 pelo recorde de Mais jovem doutor em Estudos Linguísticos. Nascido em 29 de julho de 1988, ele concluiu o programa em 1° de julho de 2016, aos 27 anos, 11 meses e dois dias.

Bruno Gomes fez doutorado em Letras – Ensino de Língua e Literatura (com ênfase em Estudos Linguísticos), pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Em sua tese, propôs a criação de uma teoria para o ensino da escrita acadêmica convencional e reflexiva, a partir de análises de relatórios de estágios e de resenhas acadêmicas.

De acordo com o recordista, quando se fala em doutorado, as pessoas associam logo à dificuldade. “Talvez o termo ‘trabalhoso’ seja mais pertinente”, diz. Ele lembra que sua rotina de estudos era muito intensa, chegando a permanecer até quatro dias corridos sem dormir. “Não sou perfeccionista, mas tenho uma preocupação imensa em dar qualidade a tudo que leva o meu nome”, destaca.

O paraense afirma que, durante os estudos, não teve que abrir mão de nada sacrificante. “Eu faço tudo que todo mundo faz, ainda na época do doutorado. Nunca deixei de assistir a minha novela preferida e, sempre que posso, vou ver um filme no cinema. Também gosto de ver vídeos de músicas estrangeiras para aprender idiomas”, completa.

Disciplinado e muito organizado com seus horários, Bruno Gomes diz que não costuma protelar trabalhos, justamente para não precisar abrir mão de seu tempo livre. “Adoro ficar na minha casa. Então, as vezes que optei por não sair não foi por culpa dos estudos, mas por vontade própria mesmo”.

Segundo o recordista, tem gente que construiu em torno dele a imagem do intelectual que se isola do mundo para estudar e fazer suas criações. “Algo meio ficção científica”, comenta com bom humor. O doutor diz que, no início, achava o estereótipo engraçado, mas atualmente não tem paciência para alimentar essa imagem. “O ser humano é muito complexo para ser guardado dentro de um rótulo. Podemos ser o que quisermos e somos várias coisas ao mesmo tempo”, afirma.

Bruno Gomes acredita que a formação continuada é o que mantém os profissionais vivos no mercado de trabalho. “Estou me referindo à qualificação pessoal, ao espírito de se sentir realizado com aquilo que escolheu fazer na vida”. O professor explica que, para se sentir realizado, não se pode ficar para trás. “Temos que nos atualizar. A formação continuada serve para nos sacudir e nos desafiar diariamente”. Para enfatizar seu argumento, o paraense cita a fala de sua mãe: “Pra frente é que a gente anda”.

Currículo exemplar
Bruno Gomes é professor há aproximadamente 17 anos. Tem Licenciatura Plena em Letras (Língua Portuguesa e Literatura Luso-Brasileira), especialização em Linguística Aplicada, mestrado e doutorado em Letras – Ensino de Língua e Literatura (com ênfase em Estudos Linguísticos). Atua nas áreas de Teoria do Texto e Análise Linguística em interface com os Estudos do Letramento Acadêmico pelo viés da Linguística Aplicada (LA).

Além de artigos científicos publicados em LA (produzidos em Inglês, Português, Espanhol, Francês e Italiano), é membro de Conselhos Editoriais de revistas acadêmicas e livros científicos no Brasil e no mundo. O paraense ainda tem 33 livros lançados e centenas de artigos publicados em cinco diferentes idiomas em países da América Latina, América do Norte, Europa e Ásia.

No RankBrasil
Essa é a sexta vez que Bruno Gomes entra para o RankBrasil. Ele também possui os recordes de Mais rápida formação em doutorado em Letras (2020), Maior número de artigos científicos publicados em uma mesma revista acadêmica (2020), Maior número de publicações em revistas acadêmicas (2018), Maior número de participação em bancas examinadoras (2016) e Mais jovem professor universitário (2016).

“É a sexta vez que ganho e é a sexta vez que sinto uma alegria e uma honra imensas. E é a sexta vez que falo: Ganhar o RankBrasil é o mesmo que ganhar o Oscar”, comemora. Segundo ele, conquistar um recorde brasileiro gera uma confusão de sentimentos porque é um dos maiores prêmios do mundo. “Fazer parte da história do Brasil é muito gratificante”, revela.

O paraense comenta que é uma pessoa de origem humilde, criada no interior e com uma família com pouca instrução acadêmica: “Jamais imaginei que um dia eu pudesse ganhar um prêmio desses. Acredito que isso sirva para me mostrar que tudo que passei e vivi não foi em vão”.

Bruno Gomes afirma que os recordes vieram naturalmente, sem intenção, e que ele se sente realizado, porque Deus sempre lhe deu mais do que pediu. Com o bom humor que lhe é peculiar, brinca: “Eu sou do signo de Leão com ascendente em Áries. Então, sou competitivo e odeio perder. Isso me faz acreditar que as pessoas ainda vão ouvir falar muito a meu respeito”, finaliza.