A fotógrafa e aventureira de São Francisco de Paula (RS), Nivia Franzen, percorreu a Transamazônica desde o município de Lábrea, no Amazonas, até o Maranhão, passando pelas cidades de Itaituba, Altamira, Anapu, Marabá, entre outras. Ela também percorreu diversos rios, como o Negro, Amazonas, Tapajós, Tocantins e Araguaia.
Ao todo foram 369 dias de expedição. A recordista começou sua viagem pela Amazônia no dia
18 de maio de 2007 e permaneceu até o dia 25 de dezembro. Depois retornou ao sul para uma pausa e, em 23 de julho de 2008, voltou à Amazônia, concluindo sua aventura em 09 de dezembro do mesmo ano.Nivia decidiu se aventurar após receber um convite de um amigo seminarista, que estava em missão no estado da Amazonas. Desde o início de sua jornada, aprendeu a viajar sozinha, sem contar com muita preparação.
“A única coisa que eu sabia era que deveria saltar do barco que peguei em Manaus, no meio do Rio Madeira, aproximadamente às 9 horas da noite, em um ponto qualquer do Madeira, mais ou menos na metade do caminho das cidades de Manicoré e Humaitá, e assim aconteceu”, conta.O início da viagem foi no município de Auxiliadora do Uruapiara - AM, onde Nivia realizou uma missão católica, engajando-se em trabalhos voluntários. Também percorreu Manicoré, Humaitá, Apui, Lábrea, Jacaréacanga, e Sucunduri, na Transamazônica, quase divisa com o Pará.
A recordista seguiu para Nova Aripuanã e de lá foi de barco até Manaus, onde subiu o Rio Negro até São Gabriel da Cachoeira, divisa com a Venezuela e Colômbia. A região é de conflitos, com a atuação das FARCs. “Era uma zona de bastante conflito para uma pessoa viajar sozinha, mas eu fui e voltei”, destaca.Em 2007, Nivia retornou ao Rio Grande do Sul da sua primeira etapa de expedição e logo quando chegou foi convidada pelo bispo da Diocese de Humaitá, para a realização de um documentário sobre a Diocese.
Na segunda etapa da viagem, seguiu para Belém e foi subindo o Rio Amazonas, mas alguns contratempos começaram a aparecer. Dentro do porto de Manaus, Nivia contava apenas com seu equipamento, duas mochilas, um tripé e mais alguns sacos, e descobriu que seu barco não iria mais partir.Desta maneira, a recordista morou três dias em um barco, com sua rede armada na parte de baixo, ao nível do cais. Foi obrigada a viver como clandestina, pois esta era sua situação dentro do porto.
Após este período, Nivia conseguiu embarcar em uma balsa que ia de Manaus até Manicoré, viagem que durou quatro dias. Chegando a seu destino, permaneceu por dois meses, realizando sua missão católica e percorrendo o Madeira.A recordista passou por Humaitá, onde entrou novamente no Madeira para visitar algumas comunidades. Ela retornou à Transamazônica seguindo até Sucunduri, também em missão católica.
Segundo Nivia, quando saia em missão católica ou mesmo em suas jornadas sozinhas, sempre levava mantimentos, mas nunca era muita coisa. Ela conta também que dormia geralmente em redes e a maior parte da viagem foi feita de barco ou em pequenos caiaques. "O transporte terrestre era realizado através de ônibus de linha, ou o que aparecesse", lembra.O RankBrasil parabeniza a recordista pelo feito, pela coragem e pela missão que realizou na Amazônia brasileira.
Redação: Raquel Susin
Revisão: Fátima Pires