Mais tradicional associação de ex-alunos

A cidade Muqui reuniu centenas de ex-alunos e seus familiares, para a tradicional festa que acontece ininterruptamente há muitos anos

13/08/2007
7276 Acessos
Imprimir
Mais tradicional associação de ex-alunos
Muqui, cidade do Espírito Santo, que parece com um cenário de época, lembrando o século 18, foi homologado pelo RankBrasil, por manter viva uma tradição há mais de quatro décadas. No dia 15 de julho de 2006, o município reuniu centenas de ex-alunos e seus familiares, para a tradicional festa que acontece sem interrupção há 43 anos, todo terceiro final de semana do mês de julho.

Agora, em 2007, a cidade comemorou o 44º Encontro de Ex-Alunos de Muqui, nos dias 21 e 22 de julho. A festa teve início às 8h do sábado e contou com almoço de encerramento no domingo, às 13h, entre outras programações.

Romildo Geaquinto, eleito em 1969 como diretor do grêmio, destaca a importância das festas: "Podemos rever colegas de um tempo que nunca mais apagaremos da memória".

A ideia surgiu no ano de 1963, durante um bate-papo entre Ketty Cirilo, Vera Lígia Botelho, Ney Costa Rambalducci, os ex-professores Olinto Berilli e Gesy da Silva Berilli, além de Édson Martins, Ciro Lethieri e alguns outros ex-alunos do extinto colégio de Muqui. Juntos, eles decidiram comemorar os 25 anos da turma de formandos de 1940, época que o colégio funcionava como internato e recebia estudantes de vários estados.

“Desde 1975 vou aos encontros e para mim é como se recarregasse minhas baterias, já bem gastas pelos meus 72 anos de idade. São dois dias que me sinto com 18 anos, tal a alegria, descontração e felicidade de cada abraço amigo”, comenta Ana Maria Rodrigues Botelho, atual presidente da associação.

Intitulado como o ´Dia da Saudade´, são nestes encontros que os colegas revivem toda época marcante da juventude. A confraternização, muito mais que uma festa, é também um modelo de cidadania e respeito à época de estudo e à prática de esportes. Isto porque o colégio tornou a cidade conhecida em todo o estado e até fora dele, pela qualidade do seu ensino educativo e pelo incentivo aos esportes, transmitindo exemplos de amor à pátria e de ensinamentos valiosos de cidadania.

O colégio mantinha estruturas modernas e completas salas de ciências naturais, física e química, com ensino e disciplinas rigorosas. Nos alto-falantes do pátio, ouviam-se músicas clássicas e todas as datas cívicas eram festejadas com cerimônia e paradas, rigorosamente ensaiadas.

Infelizmente, a ex-aluna Ketty Cirilo Lourenço, assim como todos os outros ex-estudantes, lamentam que, por motivos provavelmente políticos, em meados de 1970, o complexo de oito pavilhões do colégio foi totalmente demolido, não sobrando absolutamente nada.

O complexo era dividido em salão nobre, refeitórios, dormitórios, gráfica, biblioteca, piscina olímpica, além de campos esportivos. No local, foram construídos dois prédios, que segundo os ex-alunos, de estrutura frágil e comprometidos, impossibilitando o ensino no local.

Na necessidade de manter viva a memória, no ano de 1983, foi fundado um museu nas dependências do atual colégio. Porém, o acervo que constitui em torno de 300 peças, encontra-se encaixotado em razão da interdição. Os ex-alunos lutam por uma sede própria, para finalmente cadastrar este acervo entre os museus nacionais.

Mesmo assim, nada apaga o momento mágico destes dois dias de festa. A emoção toma conta dos ex-colegiais quando chega a hora da despedida. É quando todos retornam para suas casas com o espírito pacificado e a alegria de ter vivido mais um pouco o sonho que se transformou numa imensa saudade.

Nota da equipe do RankBrasil:
Pesquisando sobre a cidade de Muqui e lendo relatos de ex-alunos e/ou filhos deles, é possível ter a sensação de ter vivido naquela época, naquele lugar, com aquelas pessoas, de tão intensa memória. No RankBrasil e em Muqui, com orgulho de ser brasileiro, o passado se faz presente.

Redação: Cristina Cadari
Revisão: Fátima Pires