O primeiro Censo Demográfico do Brasil aconteceu em 1872, após algumas tentativas pioneiras nos anos de 1850. Desde então, já foram realizados 12 censos no país.Para colocar em prática o primeiro recenseamento populacional, o Império criou a Diretoria-Geral de Estatística (DGE). O objetivo era proporcionar um levantamento nacional que refletisse o retrato do povo brasileiro.
Na época, a nação, que era uma monarquia governada pelo imperador D. Pedro II, tinha 9.930.478 habitantes, sendo 5.123.869 homens e 4.806.609 mulheres. Os níveis educacionais se revelaram extremamente baixos, com cerca de 80% analfabetos.As populações residentes nas atuais regiões Sul, Norte e Centro-Oeste eram pouco numerosas. Os principais contingentes demográficos (com maior número de habitantes) apareceram nas províncias do Norte (atual Nordeste) e do eixo Minas –Rio de Janeiro – São Paulo.
O censo de 1872 também foi o único da história que contabilizou os escravos, já em declínio. Além de questões básicas sobre sexo, idade, escolaridade, estado civil, religião e deficiência física, o questionário incluía a pergunta se a pessoa era livre ou escrava.Com a Proclamação da República, em sua primeira fase até 1930, foram realizados outros três censos, nos anos de 1890, 1900 e 1920. No início do século XX, a população brasileira já ultrapassava 17 milhões de pessoas, principalmente em razão da imigração estrangeira para São Paulo e os estados do Sul. 

Brasil colonial
No Brasil colonial, as contagens populacionais eram realizadas sem regularidade ou critérios definidos. As paróquias católicas serviam como fonte, por enumerar os habitantes através de registros de batismo, casamento e óbitos. Em 1500, a estimativa da população do país era de cerca de 15 mil pessoas; em 1600, 100 mil; em 1700, 300 mil; e em 1800, 3,250 milhões.
Criação do IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi criado em 1936, com o objetivo da realização de estatísticas regulares e atualizadas sobre o Brasil. O primeiro recenseamento feito pelo Instituto aconteceu em 1940 e inaugurou a era moderna dos censos no país. O IBGE é uma instituição da administração pública federal e está subordinado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Censos Demográficos do Brasilano | população | crescimento no período |
1872 | 9.930.478 | | |
1890 | 14.333.915 | 44,3% |
1900 | 17.438.434 | 21,6% |
1920 | 30.635.605 | 75,6% |
1940 | 41.236.315 | 34,6% |
1950 | 51.944.397 | 25,9% |
1960 | 70.191.370 | 35,1% |
1970 | 93.139.037 | 32,6% |
1980 | 119.002.706 | 27,7% |
1991 | 146.825.475 | 23,3% |
2000 | 169.799.170 | 15,6% |
2010 | 190.732.694 | 12,3% |
Último censo
O último censo do Brasil aconteceu em 2010, registrando mais de 190 milhões de habitantes. O recenseamento inovou na coleta e nas perguntas feitas à população, com pesquisa totalmente informatizada: com computadores de mão, equipados com receptores GPS e mapas digitalizados. A pesquisa contou com a participação de 230 mil agentes e aconteceu em 67,6 milhões de domicílios, distribuídos por todo país.
Importância do censo
A palavra censo vem do latim ‘census’ e quer dizer ‘conjunto de dados estatísticos dos habitantes de uma cidade, província, estado ou nação’. O estudo costuma a ser realizado a cada dez anos na maioria dos países, possibilitando a produção de estatísticas sobre a evolução do trabalho, produção e economia local.O censo é a principal fonte de dados sobre a situação de vida da população. As informações coletadas definem as políticas públicas nos níveis nacional, estadual e municipal. Os resultados também ajudam a iniciativa privada a tomar decisões sobre investimentos.
Primeiro censo no mundo
Os chineses e romanos elaboraram os primeiros censos conhecidos, com o objetivo de recrutamento militar e fiscal (para cobrança de tributos). O mais remoto censo que se tem notícia é o da China, realizado em 2238 a.C., quando o imperador Yao mandou realizar um recenseamento da população e das lavouras cultivadas. Na era moderna, os precursores são a Inglaterra, França e Alemanha.
Fontes: IBGE, Senado Federal e Wikipédia
Redação: Fátima Pires