Conta bancária mais antiga ativa

Criada em maio de 1932, a conta pertencia à Maria Adelaide Azzi Nunes, mas depois de sua morte passou para o nome do filho, Caiuby Nunes da Costa

26/10/2020
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Conta bancária mais antiga ativa
Conta bancária pertencia à Maria Adelaide Azzi Nunes, mas depois de sua morte, passou para o nome do filho, Caiuby Nunes da Costa / Foto: Arquivo recordista
A conta bancária mais antiga ativa do país, recorde registrado junto ao RankBrasil, foi criada em maio de 1932, em nome da dona de casa Maria Adelaide Azzi Nunes. No ano de 2006, depois de sua morte, a conta física passou para o nome do filho, Caiuby Nunes da Costa, que atualmente tem 83 anos.

A abertura da conta aconteceu no Banco da Lavoura de Minas Gerais, da cidade de São Gonçalo do Sapucai (MG). Depois passou para o Banco Real, e posteriormente para o Santander. São mais de 88 anos na mesma organização bancária.

De acordo com Caiuby, que é publicitário e jornalista aposentado, na época sua mãe tinha apenas 17 anos e não era nada comum uma mulher possuir conta bancária, ainda mais numa cidade de interior. “Meu pai Adolfo Nunes da Costa era o gerente do banco e logo que se casaram, ele abriu a conta em nome da minha mãe, para incentivar outras mulheres a fazerem o mesmo”, revela.

A princípio era o pai Adolfo quem cuidava da conta e orientava para os melhores investimentos. Com sua morte, em 1983, Caiuby começou a supervisionar a conta enquanto a mãe estava viva, acompanhando a evolução digital bancária.

Entre as transformações tecnológicas que a conta passou durante todos estes anos, o correntista enumera os cheques, poupanças, investimentos diversos, cartões de crédito, caixas eletrônicos e agora os serviços que podem ser feitos pela internet ou telefone. “Em 1932 o banco só tinha 6.808 clientes. As economias eram colocadas em um cofrinho e os depósitos e saques anotados em uma caderneta”.

Caiuby destaca que sempre foi tratado com muita gentileza pela equipe do banco, principalmente porque seu pai trabalhou 40 anos na organização. “Ele era conhecido e querido pelos colegas, fato que acabou fazendo com que me relacionasse muito com os funcionários”, comenta.

Segundo o aposentado, este recorde junto ao RankBrasil é uma homenagem merecida para os dois: para o pai, que dedicou tantos anos a esta organização bancária, e para a mãe que esteve a vida toda sempre ao seu lado.

Relação forte com o banco
Caiuby sempre teve uma relação muito forte com o banco, não apenas por seu pai trabalhar nele, mas pelos pais terem ido morar numa casa que pertencia ao banco.
“A agência ficava na frente e a residência nos fundos. Tinha até uma porta de comunicação entre as duas casas. Foi nessa residência que nasci e também meus irmãos. Lá moramos até 1945, ano em que meu pai foi promovido para gerenciar a filial de São Paulo”, lembra.
No ano de 1955, o pai foi novamente transferido, desta vez para o Rio de Janeiro (na época Capital Federal), na maior agência de banco particular do país. “A SUMOC, hoje Banco Central, ficava na Capital Federal, e meu pai era o gerente, que controlava o caixa de todas as agências”.

No Rio de Janeiro, era Caiuby que levava e buscava o pai de carro no banco. “Na volta, a gente dava carona para o vizinho, o vice-diretor do banco. Aprendi muito ouvindo as conversas que mantinham”, lembra. “O banco sempre fez parte da minha vida”, acrescenta.
A ideia do recordista é manter com a família a administração da conta bancária mais antiga do Brasil. “Desde que nos casamos, minha esposa Sonia Regina Coelho Nunes da Costa é cliente do banco e agora temos a conta conjunta. Certamente meus filhos vão herdar esta tradição e fidelidade”.